5 ATUALIDADE K 2022: indústria mundial de plásticos une-se em defesa do clima, da economia circular e da digitalização A indústria mundial dos plásticos e da borracha prepara-se para voltar a Düsseldorf de 19 a 26 de outubro. Tradicionalmente, expositores de todo o mundo aproveitam a feira 'K' para demonstrar a excelência operacional da indústria e traçar ativamente o rumo para o futuro. E este curso conduz claramente à proteção do clima, à economia circular e à digitalização - os três temas orientadores da edição deste ano. O forte caráter internacional do certame leva também a organização a colocar o foco da K 2022 na partilha de informação entre os participantes, nomeadamente sobre temas como o desenvolvimento mundial sustentável e a inovação tecnológica. Os fornecedores europeus, especialmente da Alemanha, Itália, Áustria, Turquia, Holanda, Suíça e França estarão novamente bem representados. No entanto, a K reflete claramente as mudanças que afetam o mercado global: o número e as áreas de apresentação de empresas da Ásia têm-se mantido a um nível elevado constante desde há vários anos. Podemos esperar uma elevada participação de empresas de países como a China, Taiwan, Índia, Coreia do Sul e Japão. Os cerca de 3.000 expositores de 61 países ocuparão o Centro de Exposições de Düsseldorf na sua totalidade. A base de dados de expositores da K 2022 está acessível em www.k-online.com/2410. Até outubro, os interessados podem acompanhar os diversos canais digitais da feira: a K-Talk, uma conferência virtual mensal que reúne os principais especialistas do setor para debaterem, em inglês, os temas fortes do evento; a K-Mag, uma revista digital que publica factos, notícias e casos de sucesso do setor; e a K-monthly, uma newsletter que, mensalmente, leva até si as principais notícias publicadas na K-Mag. A partir do dia 1 de abril já será possível comprar bilhetes para a feira. EDITORIAL 2022 não começou da forma que esperávamos. Dificilmente poderíamos prever que, depois de dois anos de pandemia, o mundo assistisse a um conflito bélico na Europa. Como alguém disse, “numa guerra, a primeira vítima é a verdade”. E assim é, tal como acontece em vários aspetos da sociedade, com as diferentes agendas a fazer veicular mensagens contraditórias. A desinformação é um problema real. Podemos ver como atua, por exemplo, na guerra contra o plástico. O problema da poluição existe, no entanto, aponta-se o dedo ao material e não a todos os aspetos que podem ser melhorados para reduzir, reutilizar e reciclar os plásticos em circulação. Colocar o foco no material como ‘o mau da fita’ é o que dá origem a falsas soluções ecológicas que não só não resolvem o problema, como colocam em causa o atual fluxo de reciclagem. Os materiais compostáveis podem vir a ocupar um lugar importante, por exemplo, nas aplicações de embalagem de curta duração. Mas, mesmo neste caso, ainda há um caminho a percorrer para que venhamos a ter umfluxo dedicado de materiais 100% compostáveis, que cumpram a sua função e que não se confundam com os demais. Nas restantes aplicações, em que a resistência, a leveza e/ ou a durabilidade são aspetos essenciais, a solução pode estar no aumento da incorporação de reciclado, tal como exige a UE. Para fazer face a este desafio, é necessário que exista mais reciclado de qualidade no mercado. Este é, de resto, o tema forte desta edição, a primeira de 2022. Desde novas tecnologias de triagem com sensores, a sistemas de otimização de injeção com reciclado, à incorporação de soluções de rastreabilidade como o passaporte digital do produto, são muitos os desenvolvimentos em curso que têm como principal objetivo aumentar a quantidade e a qualidade no reciclado disponível. Naturalmente, as entidades gestoras de resíduos têm um papel crucial em todo o processo. Em entrevista à InterPLAST, Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, destaca a importância da aposta na prevenção e, no que respeita às embalagens, aponta como caminho o aumento da recolha seletiva e o incentivo ao ecodesign. Neste número, fique ainda a conhecer os resultados de um estudo de investigação sobre a gestão sustentável na indústria de plásticos portuguesa e saiba que há um projeto da Universidade de Coimbra que pretende criar uma rede de pesca biodegradável, para acabar de vez com a poluição resultante das atividades piscatórias. Por fim, numa secção dedicada à extrusão, mostramos-lhe duas aplicações interessantes para dois setores distintos: a construção e o calçado. Boa leitura e bons negócios para todos! Desinformação: o inimigo invisível
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