O consumo exagerado de materiais descartáveis, muitas vezes em plástico, e o seu inadequado encaminhamento trouxe para a ribalta uma questão que estávamos longe de enfrentar - o plástico nos oceanos.
Hoje esta temática é encarada como um problema global, com impactes no Ambiente, Sociais e Financeiros, com múltiplas implicações para a sociedade, com uma resolução complexa.
O tempo que uma garrafa de plástico demora a decompor-se no mar poderá chegar aos 450 anos e todos os anos são lançados cerca de 13 milhões de toneladas deste material. A cada ano que passa a acumulação destes resíduos vai sendo cada vez maior, prevê-se que, em 2050, possa haver mais plástico do que peixe nos oceanos. Enquanto esteve a ler este parágrafo terão sido lançados nos rios e nos mares cerca de 75 quilos de plástico! Preocupante?!
Este drama é um dos grandes problemas ambientais deste século e a realidade está bem evidente nos animais marinhos, desde as aves ao peixe que nos serve de alimento, poderão entrar na cadeia alimentar, com consequências para os Humanos. É preciso enfrentar este problema de uma forma sólida, atuando numa mudança de comportamentos, mas também trabalhando a oferta promovendo melhorias, para que os produtos permitam a reutilização e a recicabilidade após utilização, conduzindo para práticas de economia circular.
Para tal é fundamental envolver todos os membros da cadeia de valor, para que a mudança seja significativa e seja capaz de provocar efeitos ao nível da mudança de comportamentos da população.
Foi neste sentido que a Quercus e outras 55 organizações se juntaram para assinar o Pacto Português para os Plásticos, integrado na rede de Pactos para os Plásticos da Fundação Ellen MacArthur, que é coordenado em Portugal pela Associação Smart Waste Portugal, com o apoio do Ministério do Ambiente e da Ação Climática.
O Pacto Português para os Plásticos trata-se de uma plataforma colaborativa que reúne exatamente os diferentes agentes da cadeia de valor nacional do plástico, e que tem como objetivo alcançar um conjunto de metas ambiciosas até 2025, entre as quais salientamos:
Para que estas metas possam vir a ser alcançadas o Pacto deverá estar centrado em impulsionar a transição para a economia circular dos plásticos, incluindo as diversas etapas desde o design, a produção, o retalho, a utilização, a recolha, a triagem, a reciclagem e a valorização.
O tempo que uma garrafa de plástico demora a decompor-se no mar poderá chegar aos 450 anos e todos os anos são lançados cerca de 13 milhões de toneladas deste material
Acreditamos que o Pacto Português para os Plásticos possa não conseguir solucionar todos os problemas associados ao plástico, no entanto irá certamente contribuir para envolver os diversos representantes da cadeia de valor da cadeia de valor das embalagens de plástico, entidades públicas e privadas, organizações não-governamentais e associações e representantes da academia na procura de respostas para um uso mais sustentado dos recursos, como por exemplo no caso das embalagens plásticas e plásticos de uso único.
Mas o compromisso não se fica apenas pela origem, os destinos que são dados para promover a reutilização e a reciclagem dos mesmos também terão que ser considerados, na expetativa de aumentar a quantidade de matérias recicladas incorporadas na produção de novos materiais poderá reposicionar o mercado português em direção a uma economia circular para a temática dos plásticos.
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