Cresce a procura de aplicações de película decorativa ou funcional para os veículos autónomos
A condução autónoma traz novos desafios para os fabricantes de automóveis. “Por um lado, encontra-se a transformação do interior dos veículos, que será mais acolhedor e terá os comandos ocultos por baixo de superfícies de elevada qualidade. Por outro lado, a condução autónoma requer um sistema de sensores totalmente novo que possa ser integrado discretamente no design. Em ambos os casos, as aplicações de película estão a consolidar-se como a solução de fabrico preferida", afirma o Prof. Dr. Georg Steinbichler, diretor de Investigação e Desenvolvimento de Tecnologias da Engel Austria, sobre as tendências atuais. Com as tecnologias foilmelt e clearmelt, a Engel aposta em equipamentos de eficácia comprovada que podem ser utilizados no processamento de películas decorativas ou funcionais.
Com o fabrico de peças de amostra tridimensionalmente complexas e com diferentes decorações numa máquina de moldagem por injeção Victory 1060/300, equipada com um robô linear Viper 20, a Engel demonstrou, na última edição da K realizada em Düsselforf, a grande flexibilidade proporcionada pelo processo de decoração no molde (IMD), preparado para a produção em série. O desenvolvimento - executado em conjunto com os parceiros de sistema da Engel, Leonhard Kurz, Schöfer e Isosport Verbundbauteile – permite a termoformação, injeção traseira e puncionamento no molde de uma ampla variedade de sistemas de superfície, num processo rolo a rolo de um único passo com rápido intercâmbio.
Outro dos aspetos mais destacáveis é o vasto leque de possibilidades para a combinação de materiais. É possível processar tanto sistemas de película multicamada com superfície lacada, como sistemas estruturados, retroiluminados e com funcionamento de eletrónica capacitiva. Para alterar a decoração, a estrutura e a funcionalidade, só é necessário trocar o rolo, não o molde. Além dos termoplásticos habituais – como o ABS, o PC ou o PC/ABS –, na injeção traseira também é possível utilizar PP e material reciclado.
Com o fabrico de peças de amostra tridimensionalmente complexas e com diferentes decorações, a Engel demonstra a grande flexibilidade proporcionada pelo processo de decoração no molde rolo a rolo, preparado para a produção em série. Foto: Engel.
A Engel aumentou também o grau de integração da tecnologia foilmelt: o recorte do contorno é executado diretamente no molde, pelo que não é necessária nenhuma estação laser externa e elimina-se completamente um passo de trabalho.
Por outro lado, a empresa apresentou uma segunda aplicação de película (IMD PUR) no stand do seu parceiro Leonhard Kurz: através do processo clearmelt, uma máquina de moldagem por injeção Duo 2460/900, equipada com um robô de braço articulado Easix, produziu peças de amostra baseadas em painéis frontais que cumprem os novos requisitos em matéria de sensores. Com o processo clearmelt, a superfície é coberta com uma camada superior de poliuretano, que se destaca pelo seu elevado nível de brilho e também por uma excelente resistência a riscos. Dependendo do número de peças e das condições do processo de moldagem por injeção, o processamento do termoplástico e do PUR pode ser efetuado sequencialmente ou paralelamente através de uma placa giratória. Hennecke, Votteler, Sabic e Velodyne LiDar foram outros dos parceiros que participaram na exposição da máquina.
As luzes LED são imparáveis na sua conquista de novas áreas de aplicação em veículos e é cada vez mais habitual encontrá-las como elemento diferenciador no design. Este facto traduziu-se num aumento da variedade geométrica, o que apresenta novos desafios aos fabricantes de guias de luz. A Engel desenvolveu um novo processo de plastificação específico para o processamento de PMMA, com o objetivo de garantir um elevado desempenho luminoso, inclusivamente no caso de geometrias complexas e estruturas longas, como, por exemplo, a iluminação de contornos. O processo obtém um aumento da homogeneidade e da pureza do material fundido, o que, por sua vez, se traduz numa maior liberdade aquando da conceção da iluminação.
“Até as mais pequenas tonalidades amarelas invisíveis a olho nu reduzem a intensidade da luz”, explica Steinbichler. “Reduzir o stress térmico e trabalhar na ausência de ar permite-nos minimizar o dano sofrido pelo material também no caso de geometrias de LED com longos cursos de fluxo. O resultado são guias da máxima pureza, o que possibilita luzes LED com estruturas ainda mais longas e complicadas.”
Para sublinhar o grande potencial que existe, durante a K foi utilizada uma máquina de moldagem por injeção totalmente elétrica e sem colunas E-motion 310/120 TL. Em colaboração com a INglass e a HRSflow, a Engel experimentou vários sistemas de injeção com obturadores de agulha de acionamento elétrico e apresentou uma solução otimizada em todos os aspetos. Outros dos parceiros que participaram na exposição foram a Volvo e a Arkema.
A Engel é representada em Portugal pela Equipack.
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