Informação profissional para a indústria de plásticos portuguesa

São várias as indústrias e setores abrangidos pelo relatório, desde as renováveis, ao ambiente, agricultura e transportes

2020: o Ambiente em números

29/12/2021
Menos área ardida, menos poluição, aumento da produção de energia renovável... apenas alguns dos dados revelados pelo Relatório do Estado do Ambiente.
Imagen

Publicado há 33 anos, o Relatório do Estado do Ambiente, baseado numa metodologia difundida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – _OCDE, analisa o estado de Portugal em oito domínios: Economia e Ambiente; Energia e Clima; Transportes; Ar; Água; Solo e Biodiversidade; Resíduos; Riscos Ambientais.

O relatório analisou o período 2020-21 e registou alguns resultados interessantes.

Energia e Clima

Imagen
A pandemia influenciou o consumo de energia. o relatório registou uma “redução significativa” no consumo. Uma diminuição provocada pela redução da mobilidade. O que teve um impacto nas importações de energia que diminuíram cerca de 14% face a 2019. Em termos de diferenciação no consumo verificou-se uma quebra do consumo de energia primária (-7,5%, devido principalmente à redução do consumo nos produtos derivados do petróleo), e do consumo de energia final (-7,2%, devido fundamentalmente à redução do consumo de combustíveis nos transportes rodoviários e no transporte aéreo).

Isto levou a uma “forte redução” da dependência energética, “situando-se nos 65,8% (valor provisório), sobretudo devido à redução de importações de carvão de origem fóssil, petróleo bruto e respetivos derivados”. Já no que concerne à produção da energia renovável verificou-se que 58,3% da energia elétrica produzida em Portugal em 2020 teve origem em fontes renováveis; Em setembro de 2021 esse valor cifrava-se em 61,1% (dados provisórios.

Todo este cenário teve como consequência (positiva) a também diminuição das emissões nacionais de gases com efeito de estufa. Os dados ainda são provisórios mas apontam para cerca de 8,6% face a 2019, totalizando 58,2 MtCO2eq., sendo a redução face a 1990 e 2005, de 1,2% e 32,3%, respetivamente.

O aumento da produção de energia renovável, aliado à diminuição da mobilidade e ao encerramento de centrais a carvão levou a uma redução das emissões na ordem dos 20,1% face à média 2016-2019.

Transportes

Imagen
A obrigatoriedade (a quem podia) para estar em teletrabalho levou a uma redução acentuada no setor dos transportes. Segundo o relatório em 2019 o transporte de mercadorias em território português registou uma redução de 10,6% nos modos rodoviário e ferroviário, de 6,7% no modo marítimo e de 31,5% no transporte aéreo (o modo que transporta menor quantidade de mercadorias). Mas a quebra mais acentuada ocorreu, previsivelmente, nos transportes de passageiros: 41,7% no comboio, 47,8% no metropolitano, 42% no rodoviário e 42,8% no fluvial.

Para se ter uma noção, em 2020 o parque de veículos ligeiros de passageiros era composto por 56,5% de veículos movidos a gasóleo e 40,3% a gasolina, representando 96,8% do total. Já no que concerne aos veículos elétricos houve um aumento de 43% face a 2019 atingindo a fasquia dos 33.989 veículos.

Ar

Imagen
A restrição verificada na mobilidade das pessoas traduziu-se numa melhoria generalizada da qualidade do ar que, nos últimos anos, se têm mantido na categoria de “Boa”. No entanto o relatório alerta que o IQAr não reflete expressivamente esta melhoria, uma vez que não é muito influenciado pelos níveis de dióxido de azoto, os que alcançaram maior redução.

Aliás, no que concerne à poluição por partículas inaláveis, verifica-se que o decréscimo das concentrações deste poluente não foi muito expressivo, devido à grande diversidade de fontes que estão na sua origem e também à influência das condições meteorológicas. O relatório refere mesmo que a concentração média anual de partículas PM10 foi, em 2020, de 15 μg/m3, confirmando a tendência de redução das concentrações registada desde o ano 2000.

Água

Imagen
Pelo sexto ano consecutivo a qualidade da água para consumo humano foi considerada como segura. Já em relação às águas balneares 90,6% das 620 analisadas (488 águas costeiras ou de transição e 131 águas interiores) obtiveram a classificação de “Excelente”.

Quanto às disponibilidades hídricas superficiais e subterrâneas “o ano hidrológico de 2018/2019 terminou com as reservas hídricas superficiais abaixo da média em onze das quinze bacias hidrográficas analisadas, tendo o ano hidrológico seguinte, 2019/2020, terminado com as bacias a sul do Tejo em situação de seca hidrológica”. A percipitação que ocorreu entre outubro e março de 2020/2021 “permitiu a recuperação das reservas hídricas superficiais na grande maioria das bacias hidrográficas, com exceção do Mira e das Ribeiras do Algarve, observando-se a situação mais crítica no Barlavento algarvio”.

Biodiversidade e Solos

Imagen
Embora o relatório verifique que o interessa da população na conservação e utilização sustentável da biodiversidade se mantenha a pandemia levou a uma diminuição de visitas às áreas protegidas. Os números indicam 176.059 visitas, menos 64,45% do que em 2019.

Um dado interessante: a área agrícola em modo de produção biológico registou um aumento considerável desde 1994. Em 2019 atingiu os 293.213 hectares, o que corresponde a 8,16% do valor da superfície agrícola utilizada.

Já a produção aquícola nacional correspondeu, em 2019, a 8,3% das descargas de pescado, atingindo 14.291 toneladas (+2,6% do que em 2018), sendo a amêijoa (26,9%) e o pregado (29,4%) as principais espécies produzidas.

Resíduos

Imagen
Poder-se-ia pensar que estando as pessoas mais tempo em casa isso se traduziria numa maior quantidade de resíduos urbanos. Os números obtidos pelo relatório desmistificam essa noção, dado que os valores permaneceram quase inalterados. A produção de resíduos urbanos em Portugal continental foi de 5,01 milhões de toneladas em 2020 (+0,1% do que em 2019), o que corresponde a uma produção diária de 1,40 kg por habitante (valor igual ao de 2019).

No que concerne à reciclagem de fluxos específicos de resíduos (embalagens e resíduos de embalagens, óleos lubrificantes usados, pneus usados, resíduos de equipamento elétrico e eletrónico, resíduos de pilhas e acumuladores, veículos em fim de vida e resíduos de construção e demolição), as taxas de reciclagem obtidas em 2019 permitiram o cumprimento das metas globais definidas na legislação, exceto para os veículos em fim de vida, que ficaram 1% abaixo da meta estabelecida (85%) e os pneus usados, em que a taxa alcançada, 62%, ficou aquém da meta de 65%.

Economia e Ambiente

Imagen

Em termos económicos, e durante os anos 2013 e 2019, verificou-se que houve um aumento de 18% do consumo interno de materiais. a produtividade associada à utilização dos mesmos - produtividade de recursos – diminuiu 3,49% em 2019, quando comparada com os valores de 2013.

Por outro lado, o valor dos impostos com relevância ambiental coletados em Portugal correspondeu, em 2020, a 4,765 mil milhões de euros (dados provisórios). Segundo análise do relatório este valor corresponde a uma redução de 12% face a 2019 e interrompe uma sequência de 7 anos consecutivos de aumento da receita destes impostos, que pode ser explicada pela redução da mobilidade e do consumo associadas às restrições impostas na sequência da pandemia de Covid-19.

Em termos ambientais a precipitação registada em janeiro e fevereiro permitiu a recuperação dos níveis de armazenamento em quase todas as bacias hidrográficas, com a exceção das do Mira e do Barlavento que não saíram da condição de “Emergência”.

Já em relação aos incêndios rurais, no ano passado, a base de dados de incêndios rurais registou, em Portugal continental, 9.619 ocorrências (10.832 em 2019), que resultaram em 67.170 hectares de área ardida (42.084 hectares em 2019). Feita a análise à década 2011 – 2020 verifica-se que o ano passado registou o número mais reduzido de incêndios (ocorrências) e o quarto valor mais reduzido de área ardida.

REVISTAS

Siga-nos

Media Partners

NEWSLETTERS

  • Newsletter InterPlast

    17/04/2024

  • Newsletter InterPlast

    10/04/2024

Subscrever gratuitamente a Newsletter semanal - Ver exemplo

Password

Marcar todos

Autorizo o envio de newsletters e informações de interempresas.net

Autorizo o envio de comunicações de terceiros via interempresas.net

Li e aceito as condições do Aviso legal e da Política de Proteção de Dados

Responsable: Interempresas Media, S.L.U. Finalidades: Assinatura da(s) nossa(s) newsletter(s). Gerenciamento de contas de usuários. Envio de e-mails relacionados a ele ou relacionados a interesses semelhantes ou associados.Conservação: durante o relacionamento com você, ou enquanto for necessário para realizar os propósitos especificados. Atribuição: Os dados podem ser transferidos para outras empresas do grupo por motivos de gestão interna. Derechos: Acceso, rectificación, oposición, supresión, portabilidad, limitación del tratatamiento y decisiones automatizadas: entre em contato com nosso DPO. Si considera que el tratamiento no se ajusta a la normativa vigente, puede presentar reclamación ante la AEPD. Mais informação: Política de Proteção de Dados

interplast.pt

InterPLAST - Informação profissional para a indústria de plásticos portuguesa

Estatuto Editorial