BP10 - Interplast
IMPRESSÃO 3D 56 O FABRICO ADITIVO COMO FERRAMENTA DE APOIO NO DESENVOLVIMENTO DE EMBARCAÇÕES DE RECREIO O mercado náutico, particularmente o das embarcações de recreio, tem assistido a uma crescente procura nos últimos anos. Trata-se de ummercado muito competitivo, com novos modelos a surgirem todos os anos, equipados com tecnologias inovadoras e designs apelativos. O dinamismo deste segmento leva a que as empresas do setor tenham a necessidade de introduzir no mercado novos modelos de forma periódica. Vitor Carneiro 1 , Orlando Silva 2 , Marco Marques 3 , Francisco Cálão 4 , Augusto Barata da Rocha 3 , Jorge Lino Alves 3 1 Programa Doutoral MIT Portugal, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto 2 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto 3 INEGI, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto 4 NAUTAV Lda. Flexibilidade, rapidez, baixo custo, elevado nível de detalhe e as boas caraterísticas mecânicas conferidas às peças são as principais mais-valias desta tecnologia Considerando este enquadramento, a empresa Nautav, fabricante de embarcações de recreio da marca Riamar, identificou em parceria com a Universidade do Porto, uma opor- tunidade para desenvolver um novo modelo de embarcação de recreio, comdesignmoderno e casco inovador. O processo de desenvolvimento envol- veu a modelação 3D com SolidWorks e a impressão 3D da embarcação em escala reduzida. A visualização destes modelos permitiu à empresa ter uma ideia mais concreta da embarcação e adotar alterações que conduziram à solução final, que entrará agora na etapa de fabrico. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO A criação de embarcações de recreio iniciou-se há centenas de anos. Um dos primeiros registos de utilização deste tipo de embarcação data do início do século XVII, na Holanda, altura em que foram criados barcos para fins desportivos e de lazer, para uso de nobres e reis, com o intuito de festejar o retorno de grandes navios de transporte de especiarias ao reino [1]. Porém, o sucesso comercial destas embarcações só surge em meados do séc. XIX, com o início das corridas náuticas na Europa e nos Estados Unidos da América [2]. Mais tarde, em 1932, com a descoberta da fibra de vidro, a produção deste tipo de barco aumenta significativamente, mas é interrompida pelo início da segunda guerra mundial. É no pós-guerra, mais concretamente a partir da segunda metade da década de 50, que esta indústria regista a maior evolução, com os construtores a adotarem a fibra de vidro em detrimento da madeira. O início dos desportos náuticos de alta competição ajudou a popularizar este compósito, graças às vantagens que o mesmo apresenta, tornando o barco mais leve e barato e consequente- mente mais competitivo [3]. Em 1964, Manuel Alves Barbosa, uma referência da época no desporto náu-
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