19 ESTUDO DE MERCADO esteja resolvido e há até indicações de que, a partir desse ano, serão lançados cerca de 60 novos modelos por ano”. Já Jorge Júlio, diretor geral da Inautom, revela que “2021 foi um ano muito positivo, quase tão bom como 2020, o melhor ano de sempre para a Inautom”. 2022: DESAFIOS E OPORTUNIDADES Contra todas as expectativas, 2022 chegou com novos desafios para o mundo. A guerra na Ucrânia veio agravar a instabilidade anterior, gerando um ainda maior aumento dos preços da energia e dos combustíveis, com consequências inevitáveis nas cadeias de abastecimento e nos preços finais dos equipamentos. “Os transformadores de plásticos portugueses, mais concretamente os que produzem peças para a indústria automóvel, trabalhammuito com empresas do centro da Europa, principalmente alemãs e francesas. Estes países têm uma grande dependência energética da Rússia e é natural que venham a ser bastante afetados pelo atual conflito, principalmente no que respeita ao aumento dos custos de produção o que, mais uma vez, fará aumentar os preços no consumidor”, esclarece Hugo Brito. “Neste sentido, ainda que indiretamente, é natural que venhamos também a ser afetados. De qualquer modo, não temos prevista qualquer mudança estratégica para este ano”, conclui. TambémMartin Cayre considera que “a guerra na Ucrânia gerou mais incerteza no mercado, com o aumento dos preços da energia e das matérias-primas a fazer alguns clientes adiaram as decisões de investimento. No entanto, destaca que “as fábricas de injeção de plástico na Ucrânia estão a retirar moldes e distribuí-los por vários países europeus, incluindo Espanha e Portugal”. De qualquer forma, é natural que alguns dos resultados positivos que as empresas conseguiram em 2021 acabem por se diluir na subida das taxas de juros e no aumento generalizado dos custos commatérias-primas, energia e, principalmente, dos transportes. Manuel Folhadela lembra que, fruto do conflito, “assistimos a uma grande instabilidade nos preços e no serviço das transportadoras, de tal forma que só podemos marcar o preço final de umequipamento depois de sabermos quais são os custos de transporte. Estamos a falar de variações que vão dos 15 aos 30%”, assegura. “A isso acresce a falta de apoio da União Europeia. Os incentivos atuais estão muito focados nos investimentos públicos e não na indústria. Isso não cria riqueza nem movimenta a economia”, afirma este responsável acrescentando, no entanto que “neste momento, os principais problemas são a instabilidade na indústria automóvel, causada pela falta de semicondutores e o revés da pandemia na China". "Quando se fecha Xangai um mês inteiro, a economia global treme. O mercado chinês e muito importante, tanto para quem vende como paraquem compra”, frisa o representante da KraussMaffei.Os custos dos transportes têm sido também o principal fator de instabilidade para a Inautom. “Nós importamos quase todos os equipamentos da China e do Japão, por isso, sentimos muito a influência dos custos dos transportes”, diz Jorge Júlio. Para fazer face a este aumento, a empresa definiu uma estratégia que pretende manter em 2022: “Optámos por dividir estes custos em três partes: uma suportada pelo fabricante do equipamento, outra pela nossa margem e a terceira pelo cliente final. Achamos que, se cada um suportar uma pequena parte dos custos, todos saem a ganhar”. No que respeita ao conflito na Ucrânia, recorda que “é natural que comecem a chegar a Portugal oportunidades que se estão a desviar daquela zona, por estarmos mais longe e termos um ambiente de segurança”, e deixa um alerta: “Nós já deveríamos de estar a trabalhar nessas oportunidades. No que respeita à Inautom, o facto de termos emPortugal o centro de distribuição de máquinas para a Europa da Tederic vai com certeza facilitar o plano de distribuição para o resto do continente europeu". Para Rui Fonseca, “este conflito veio agravar uma situação que se vinha arrastando, comgrande parte do tecido empresarial ainda numa situação delicada, provocada pela crise sanitária. Este ano seria o ano de retoma e estaTiago Coelho, gerente da Augusto Guimarães & Irmão. Manuel Folhadela, sócio-gerente da Folhadela Rebelo. Hugo Brito, diretor geral da Equipack.
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