BP16 - InterPlast

ROBÔS PARA A INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS 49 INTRODUÇÃO A competitividade é algo que tem de estar na génese de qualquer empresa. A Gestão de topo e Engenharia podem contribuir de forma significativa para um contínuo incremento da competitividade [1]. Tendo início na definição dos requisitos do produto e terminando numa correta abordagem da logística associada à distribuição e entrega do produto ao cliente final, todos os detalhes são importantes. Nas últimas décadas, as empresas começaram a sentir também uma pressão acrescida em termos ambientais, e não apenas em termos económicos. Tudo necessita ser repensado com vista a minimizar a pegada ecológica deixada pelo consumo exacerbado que traz implicações nefastas para o ambiente [2]. A indústria ligada à produção de peças poliméricas não é exceção. A indústria de injeção de plásticos permitiu que muitos componentes, peças ou simples utensílios domésticos de transformassem em algo fácil de fabricar, apresentando a forma final, ou muito perto da forma final. Isso trouxe uma competitividade acrescida e um decréscimo do custo de muitas peças, pese embora os custos acrescidos dos moldes e dos equipamentos de injeção. No entanto, para a produção de quantidades significativas de peças, a injeção representou um avanço sem precedentes, permitindo também uma maior liberdade de criação de novas formas. De notar tambémque a utilização de polímeros permite reduzir o peso global dos componentes e conjuntos, o que se traduz numa vantagem enorme em termos de mobilidade, já que isso representa menor consumo de combustível, ou seja, menos poluição por emissões gasosas. A multi-injeção permitiu ainda criar outros produtos com um aspeto visual cada vez mais apelativo [3]. Assim, a indústria automóvel é uma forte consumidora de peças injetadas, tais como: tablier, para-choques, entre muitos outros. No entanto, é bem conhecida a competitividade e capacidade negocial da indústria automóvel, que se traduzem num esforço complementar para todos os seus fornecedores. Sendo os materiais normalmente definidos pelas OEMs (Original Equipment Manufacturers), os fornecedores têm de gerir adequadamente os seus processos de produção e a cadeia logística, de forma a retirar a necessária rentabilidade para o seu negócio. A gestão de processos é crítica para a rentabilidade de um dado produto [4]. Com base nas especificações inicialmente estabelecidas, a Engenharia tem a missão de transformar esses requisitos num fluxo produtivo isento de operações sem qualquer valor acrescentado, usando tecnologias que permitam um adequado equilíbrio entre custos de investimento e produtividade, e que garantam simultaneamente os níveis de qualidade pretendidos [5]. Tanto na definição inicial do produto, como durante a sua vida útil em produção, torna-se necessário um olhar crítico permanente, no sentido de minimizar os custos de produção e, se possível, minimizar a pegada ecológica dos processos. Aliar estas duas necessidades nem sempre é fácil de realizar, mas compete à Engenharia ultrapassar problemas difíceis, através de soluções fáceis de implementar. O trabalho aqui apresentado visou incrementar a sustentabilidade económica de um produto, contribuindo também para minimizar o impacto ambiental. São apresentados os resultados do projeto e implementação, a qual foi realizada com todo o sucesso. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA O problema que se pretendeu resolver diz respeito à indústria de injeção de plásticos e está diretamente relacionado com a otimização de um processo de inspeção e montagem de uma componente para a indústria automóvel. O problema estava centrado essencialmente numa cobertura do pilar B de um veículo automóvel, como está indicado na Figura 1 que seguidamente se apresenta. A peça em questão é injetada em PP (Polipropileno) a alta pressão no molde, e é retirada por extração mecânica. A peça tem duas versões que diferem entre si apenas na indicação ou não da existência de air bag na versão da viatura onde é montado. Estas peças encaixamna carroçaria do automóvel a partir de dois clips que são inseridos pelos operadores após injeção. A zona em que os clips ficam alojados é denominada porta-clip’s. O molde instalado na linha de produção é um molde de injeção plástica com extração mecânica, sendo utilizado o mesmo molde para as duas versões, emque apenas émudado um inserto com a indicação de “air-bag”, ou não. Compete à equipa de SMED (Single Minute Exchange of Die) realizar a troca deste postiço no molde. Acresce ainda que o componente em estudo existe em ambos os lados da Estas peças encaixam na carroçaria do automóvel a partir de dois clips que são inseridos pe operadores após injeção. A zona em que os clips ficam alojados é denominada porta-clip’s. Figura 1 – Identificação e localização da peça alvo deste estudo. O molde instalado na linha de produção é um molde de injeção plástica com extraç mecânica, sendo utilizado o mesmo molde para as duas versões, em que apenas é mudado u inserto com a indicação de “air-bag”, ou não. Compete à equipa de S ED (Single Minu Exchange of Die) realizar a troca deste postiço no molde. Acresce ainda que o componente e estudo existe em ambos os l dos da viatura em que irá ser ontad (pilar B direito e pila esquerdo), pelo que são produzidas duas peças em cada ciclo de injeção, uma para cada la Sendo comum na injeção plástica a existência de canais por onde é realizada a injeção plástico no molde, isso não acontece no presente caso de estudo, em que o plástico é injeta diretamente na cavidade da peça no molde, pelo que não se torna necessário retirar o gito d peças, o qual sai normalmente ligado à peça acabada de injetar. A injetora utiliza habitualmente na produção deste conjunto de peças possui u a capacidade de 800 tonelad de força de fecho, e os parâ etros de produçã , tais como a emperatura de injeção, press tempo de ciclo, etc., estavam já devidamente otimizados para a produção dessas peças linha de produção responsável pela injeção e acabamento destas peças era constituída p uma máquina de injeção, um robô de três eixos responsável pela extração das peças injetad (Sepro) e colocação da mesmas no tapete rolante adjacente, um tapete rolante que recebe Figura 1 – Identificação e localização da peça alvo deste estudo.

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