EMBALAGEM 25 O presidente da interpack e CEO da Theegarten-Pactec, Markus Rustler, sublinhou a importância de materiais de embalagem mais sustentáveis e recicláveis, mas também apontou desafios para a indústria. “A utilização de materiais reciclados é, por exemplo, um assunto intrigante. Se todos os fabricantes em todo o mundo se lançassem de corpo e alma neste esforço, teríamos disponíveis materiais reciclados suficientes? No Ocidente, poderá acabar por ser bem-sucedido, porque temos sistemas para reciclar materiais de embalagem que funcionam bem em maior ou menor grau. Mas, por muito louvável que seja este esforço, o que dizer de mercados realmente grandes, como a Ásia, a África ou a América do Sul? Estas regiões estão longe de ter uma economia circular funcional em que os materiais possam ser reciclados. Na minha opinião, serão necessárias décadas até lá chegarem. Mas, mesmo assim, temos de começar – quando mais cedo, melhor”, afirmou o responsável pela principal feira de emabalagem europeia. É, por isso, cada vez mais urgente produzir a menor quantidade possível de resíduos não recicláveis para conservar recursos valiosos. Através da proposta de regulamento relativo a embalagens e resíduos de embalagens (PPWR), a Comissão Europeia planeia impor requisitos vinculativos a todas as embalagens colocadas no mercado na UE. Ao proceder a esta atualização legislativa, a Comissão Europeia pretende atingir três objetivos principais. O primeiro é evitar a criação de resíduos de embalagens, impondo restrições às embalagens desnecessárias e favorecendo soluções reutilizáveis e recarregáveis. O segundo é a criação de um círculo fechado de reciclagem para garantir que todas as embalagens no mercado europeu sejam reutilizáveis ou recicláveis de uma forma comercialmente viável até 2030. O terceiro é reduzir a procura de matérias-primas primárias através da criação de um mercado funcional para as matérias- -primas secundárias, aumentando em simultâneo a quantidade de plásticos reciclados nos materiais de embalagem através da fixação de objetivos obrigatórios. A proposta foi alvo de um debate intenso e controverso durante meses. Só na Comissão do Ambiente do Parlamento Europeu foram apresentadas cerca de três mil alterações. O processo legislativo iniciou-se no princípio de 2023 e parece ver finalmente a luz do dia após o acordo provisório alcançado entre o Parlamento e a Comissão Europeia a 24 de abril de 2024. PLANO DE AÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE PLÁSTICO SEM RECURSOS FÓSSEIS A Comissão Europeia não é a única a trabalhar no avanço da economia circular. As associações e as empresas do setor da embalagem procuram os seus próprios caminhos e estão a desenvolver soluções futuristas. A associação europeia de produtores plásticos, Plastics Europe, publicou um plano de ação para a produção de plásticos sem recursos fósseis. É provavelmente impossível eliminar a totalidade da utilização destas matérias-primas, mas o 'Roteiro para a Transição dos Plásticos' revela que 65% dos recursos fósseis utilizados A Comissão Europeia tem objetivos ambiciosos com a sua proposta de legislação vinculativa em matéria de embalagens na UE. Imagem: Unsplash/Christian Lue. A proposta da Comissão Europeia prevê a redução dos resíduos de embalagens através da proibição de embalagens desnecessárias e da promoção de soluções reutilizáveis. Imagem: Iniciativa Mülltrennung Wirkt (‘Trabalhos de separação de resíduos’) / Holger Martens.
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