BP22 - InterPLAST

39 OS PLÁSTICOS FACE AOS NOVOS DESAFIOS DA MOBILIDADE a Transformação das Indústrias da Mobilidade e Automóvel da Generalitat de Catalunya, responsável pelo encerramento do evento, é que “o grande facilitador para levar o automóvel a um futuro sustentável é o plástico”. Sem inovações nos plásticos, não pode haver uma nova indústria automóvel, sublinhando o papel dos plásticos como motor de mudança. Durante o primeiro dia da conferência, Cristobal José Colón, partner da LEK Consulting, analisou a situação atual e o futuro do setor automóvel, centrando-se na adoção de veículos elétricos (VE) na Europa. “Historicamente, a produção de veículos estava associada ao crescimento do PIB. No entanto, nas últimas décadas, esta correlação enfraqueceu devido a várias crises económicas e problemas na cadeia de abastecimento”, afirmou. Salientou ainda que, inicialmente, a regulamentação e os incentivos económicos impulsionaram a adoção de veículos elétricos, mas que o crescimento abrandou recentemente devido à imaturidade das tecnologias, custos elevados e infraestruturas de carregamento insuficientes. DESAFIOS NO MERCADO DOS VEÍCULOS ELÉTRICOS Para o representante da LEK Consulting, “os fabricantes de veículos ocidentais enfrentam custos de produção elevados, enquanto os novos fabricantes chineses competem fortemente em termos de preço, o que lhes permitiu ganhar uma quota significativa do mercado europeu de VE”. Outro desafio é a incerteza regulamentar. “As restrições impostas aos veículos com motor de combustão interna (ICE) foram reconsideradas na UE, permitindo a utilização de combustíveis sintéticos. Esta situação gerou incerteza entre os consumidores e os fabricantes de automóveis quanto à adoção a longo prazo dos veículos elétricos”. Além disso, observou, a proposta de valor dos veículos alterou-se significativamente. Enquanto anteriormente eram valorizados aspetos como o motor e a eficiência do combustível, os consumidores de VE dão agora prioridade a serviços de valor acrescentado, como a condução autónoma e as características tecnológicas. Prevê-se que, até 2030, cerca de 20% dos veículos vendidos a nível mundial tenham uma autonomia de Nível 3 ou superior, o que representa uma ameaça para os fabricantes de automóveis da UE, que atualmente não estão presentes nos níveis 4 e 5 de autonomia. Quanto aos materiais, referiu que a indústria automóvel está a adotar tecnologias energeticamente eficientes e materiais sustentáveis. No entanto, existem barreiras como o custo elevado, a validação rigorosa e a possibilidade de reciclagem no fim de vida destes materiais. Carsten Niermann, engenheiro de aplicação da Akro-Plastic, IMCD, salientou a importância dos plásticos reciclados na redução das emissões de CO2, mas lembrou que a disponibilidade e qualidade dos mesmos limitam a sua utilização. Para ultrapassar estas barreiras, o especialista propõe a expansão da capacidade de reciclagem química como uma solução viável. Niermann sublinhou ainda a importância da utilização de polímeros sustentáveis e de tecnologias de fabrico mais eficientes do ponto de vista energético para reduzir ainda mais o impacto ambiental. Viviana Avendaño, diretora de desenvolvimento de mercado em Espanha da Allod, apresentou novas soluções em elastómeros termoplásticos (TPE) para satisfazer as novas exigências da indústria automóvel. A empresa alemã desenvolve, produz e vende elastómeros termoplásticos e compósitos termoplásticos personalizados sob a marca Allruna. Durante o seu discurso, a responsável referiu que “as novas necessidades da indústria são a redução de peso, soluções acústicas, materiais sustentáveis, gestão térmica e materiais inteligentes para a condução autónoma”. Neste sentido, a Allod oferece soluções avançadas de TPE que respondem às exigências rigorosas atuais e futuras da indústria automóvel, destacando-se na redução de peso, gestão térmica e sustentabilidade. Juan José Matarranz, manager de Technology Composites - Technology & Innovation Office, na Gestamp, falou sobre os desafios da utilização de compósitos reforçados com fibras (FRP) em vedantes de baterias. A Gestamp está a investir em tecnologias avançadas para desenvolver soluções mais Marc Monnin, diretor-geral do CEP, durante a apresentação da conferência.

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