BP25 - InterPLAST

20 EVENTOS cordões, que nos fazem recuar no tempo. Esta foi uma aposta arrojada que, segundo a responsável, provocou reações polarizadas. A ousadia valeu à marca duas patentes, uma de design e outra de invenção, culminando com a conquista de um Red Dot Award, um dos mais prestigiados prémios internacionais na área. Para além do reconhecimento, o caso evidenciou como o design pode ser uma alavanca de diferenciação até em produtos tradicionalmente considerados 'não sexy'. A representante da OLI enfatizou também o papel da tecnologia no design de produtos sanitários com sensores capacitivos, que permitem melhorar a experiência do utilizador, a higiene e promover a sustentabilidade. Carlos Teixeira, da Cheto, trouxe uma perspetiva distinta, centrada nos desafios do design industrial em grande escala. A empresa, especializada em equipamentos de furação profunda de alta precisão, enfrenta restrições logísticas complexas na exportação de máquinas com dimensões que chegam aos 12 metros e 70 toneladas. “A integração entre design e engenharia é essencial para modular e estandardizar componentes, de forma a garantir que conseguimos ocupar até 90% do espaço útil dos contentores”, explicou. A sua intervenção destacou o design como ferramenta estratégica para a internacionalização e competitividade, ao ter o poder para desenvolver máquinas que caibam em contentores padrão, reduzindo o impacto ambiental e custos logísticos. Pedro Sá, em representação da Polisport, que atua em diversas áreas da mobilidade e lazer, sublinhou a importância de uma abordagem holística ao design, alinhada com a diversidade de mercados da empresa — que vão dos carrinhos de bebé ao motociclismo. Com mais de 60% da produção direcionada para exportação, a Polisport aposta num design universal, capaz de responder a múltiplos contextos culturais e exigências técnicas. “Decidir lançar um novo produto implica avaliar a aceitação do mercado, a viabilidade financeira e técnica, o impacto ambiental e o timing”, frisou, acrescentando que a circularidade e a longevidade dos equipamentos são hoje premissas indissociáveis do processo criativo. Sérgio Martins, do grupo Vangest, uma referência europeia em serviços integrados, encerrou o painel com uma intervenção centrada na inovação sustentada. Referiu que entre 5% e 8% da faturação do grupo é investida em I&D, com o design presente desde a conceção até à industrialização. Reforçou que “o sucesso é como uma maratona: exige planeamento estratégico, visão de longo prazo e gestão rigorosa dos recursos”. A metáfora da maratona serviu para ilustrar a necessidade de integrar critérios económicos nas fases iniciais do desenvolvimento, garantindo a viabilidade sem comprometer a qualidade ou a diferenciação. Sérgio Martins reforçou, por fim, a importância de desafiar constantemente o mercado, com foco na diferenciação e inovação contínua. O evento contou com um número recorde de 411 participantes.

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