BP8 - InterPlast

49 IMPRESSÃO 3D Andreas Langfeld, presidente da Stratasys para a EMEA. Vivemos num mundo no qual as empresas são globais e estão interli- gadas. A produção ocorre através de cadeias de valor mundiais, nas quais as matérias-primas, as peças e os pro- dutos intermédios viajam por todo o mundo para o seu abastecimento, montagem e distribuição antes de chegarem ao cliente. Habituámo-nos a que isto aconteça de forma rápida e com os mínimos problemas. Por sua vez, muitas empresas optaram por uma produção ‘ just-in-time’ (na hora) para garantir a agilidade das cadeias de abastecimento e manter as despesas sob controlo. Isto funciona... até que ocorra uma interrupção na cadeia de abastecimento. Infelizmente, as interrupções estão a tornar-se a norma para a maioria das empresas. Por exemplo, segundo um estudo de junho de 2019, a incerteza relacionada com o Brexit causou mais interrupções nas cadeias de abaste- cimento ao longo de cinco anos do que as provocadas por ciberataques e desastres naturais em conjunto. De igual modo, a guerra comercial entre os E.U.A. e a China também provocou incerteza e nas cadeias de abasteci- mento, especialmente para aquelas empresas que têm fornecedores num país ou no outro. 51.000 empresas de todo o mundo têm no mínimo um fornecedor direto na província chi- nesa de Wuhan, ao passo que outros cinco milhões têm um ou mais forne- cedores de segundo nível com sede nessa zona. Em resultado disso, muitas empresas efetuaram alterações nas respetivas cadeias de abastecimento para evitarem interrupções perma- nentes nos seus negócios. Mas o facto mais esclarecedor que mostrou a fragilidade das cadeias de abastecimento tradicionais foi sem dúvida a pandemia da Covid-19, que levou a um fecho total da produção praticamente de um dia para o outro. A Adidas, por exemplo, assistiu a uma paralisação entre 80 e 90% das suas atividades, o que representou uma perda de receitas de 100 milhões de dólares por semana. Quando os pro- blemas na cadeia de abastecimento provocaramatrasos sérios na produção, a Jaguar Land Rover chegou a enviar emmalas para todo omundo as peças de automóvel que eram necessárias com urgência. Pode afirmar-se com segurança que, para a maioria das empresas, os efeitos de uma inter- rupção momentânea da produção e o efeito dominó que as alterações têm nas cadeias de abastecimento se irá notar nos meses e eventualmente nos anos vindouros. Existe uma perceção real de que este é agora o mundo no qual temos de aprender a trabalhar com sucesso. Com este nível de incerteza que afeta as empresas, as indústrias e as eco- nomias, os responsáveis pelo fabrico e pelas cadeias de abastecimento procuram soluções que proporcio- nem rapidez e adaptabilidade para acelerar ou abrandar a produção, mudar de atividade e inclusivamente a deslocação para novas localiza- ções. Tudo isto centrou a atenção na impressão 3D. RESPONDER À PROCURA A impressão 3Ddeixou realmentemarca durante a pandemia, visto que propor- cionou aos fabricantes a solução ideal para permitir uma mudança imediata na produção. De forma tradicional, o fabrico de equipamentos de proteção individual (EPI) realiza-se principalmente através do processo demoldagempor injeção, mas demora-se várias sema- nas e até meses a fabricar os moldes e uma vez criados, o desenho já não pode sermodificado. Domesmomodo, outros produtos, como os ventiladores, requerem um processo de fabrico de ferramentas longo e dispendioso antes de se iniciar a sua produção. Inversamente, a impressão 3D é como ummotor elétrico: basta acionar um interruptor e atinge de imediato o Andreas Langfeld, presidente da Stratasys para a EMEA

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