BP9 - InterPLAST

PLÁSTICOS NA INDÚSTRIA MÉDICA 38 Esta pandemia do Covid-19 veio acima de tudo relembrar que existem, sobre praticamente toda a Terra, agentes biológicos invisíveis, sejam eles vírus ou bactérias, que provocam doenças. Veio também reforçar a necessidade e procura crescente de materiais, componentes, equipamentos de proteção individual e dispositivos médicos que promovam um efeito de barreira melhorado, para o utili- zador final, contra agentes infeciosos e microbianos. Como os plásticos (os polímeros adi- tivados) são materiais amplamente utilizados desde da década de 1930, com tendência crescente nesta uti- lização, a incorporação de agentes biocidas sobre estes pode considerar- -se uma longa prática. A viabilidade de alguns polímeros deve-se às suas características associadas ao seu alto peso molecular, flexibilidade de dese- nho e aplicação, associada a um custo de matéria-prima também reduzido. O PIEP, juntamente com o Citeve, e a TrimNW, apresenta o projeto InovPNT como uma estratégia que servirá como uma prova de conceito para a valida- ção de uma solução inovadora que possa ser utilizada no desenvolvimento futuro de novos produtos, direcionados para equipamentos de proteção indi- vidual (EPIs) e/ou dispositivos médicos, com capacidade de resposta imediata à pandemia atual. Através de uma validação de conceito impulsionará a utilização de materiais termoplásticos funcionais e modificados no desen- volvimento de substratos têxteis com propriedades antimicrobianas e de permeabilidade melhoradas, através de tecnologias de processamento de materiais poliméricos, conjugadas com técnicas de processamento de tecidos não-tecidos (TNTs). Para este efeito, foram desenvolvidas formulações poliméricas que incluam agentes funcionais e/ou nanomateriais antimicrobianos compatíveis com a matriz polimérica definida (LDPE) e que permitam, o desenvolvimento de um TNT. Entre os agentes funcionais antibacte- rianos e antimicrobianos mais comuns, um dos mais eficientes e tradicional- mente usados em polímeros são os à base de prata. Estes apresentam uma incorporação relativamente fácil, já que é ummaterial termicamente resis- tente. Além de prata, outros materiais que podem apresentar este tipo de comportamentos antibacterianos são os óxidos metálicos, como o óxido de cobre. Em geral, os microorganismos expostos a estes materiais perdem a sua integridade celular, sofrem que- bras nos níveis intercelulares de ATP, e no caso dos óxidos de cobre, podem causar danos ao ADN e desencadear processos oxidativos nocivos a estes seres vivos. O PIEP realizou assim a incorporação de um óxido de cobre num LDPE, que foi posteriormente micronizado e aplicado sobre um tecido não-tecido (TNT) como um revestimento antibac- teriano na TrimNW. Para comparação também se incorporou um aditivo comercial à base de prata, de forma a ter à partida um controlo positivo. Em geral consideram-se como anti- microbianos, só valores superiores a 90 %, e, preferencialmente, valores os mais próximos dos 100 % possíveis. Os resultados obtidos comuma cultura de bactérias S. aureus demonstram uma atividade antibacteriana bastante alta por parte do óxido de cobre utili- zado, e equiparável ao aditivo de base de prata. Após as amostras de TNT estarem validadas antibacterianamente desenvolveram-se alguns protótipos demonstradores da tecnologia desen- volvida, como batas e cobre-sapatos (EPIs) direcionados para a área da saúde. Também estes cumprem a norma EN 13795- 1:2019 (Surgical clothing and dra- pes. Requirements and test methods. Surgical drapes and gowns). n Figura 1. Exemplo de alguns protótipos (EPIs) para a área da saúde com a incorporação de um aditivo à base de prata no LDPE, aplicado sobre um tecido não-tecido (TNT) como um revestimento antibacteriano. Figura 2. Determinação antibacteriana (ASTM 2149) das amostras TNT.

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