Considerando estas pressões, a solução para os fabricantes conseguirem, ainda assim, garantir linhas de produção rentáveis passa por acelerarem a automação. Tal não significa que tenham de instalar robôs industriais que custam milhões, requerem infraestruturas enormes para garantir a segurança dos trabalhadores e que apenas podem ser utilizados em tarefas específicas. Refiro-me à nova geração de robôs colaborativos (cobots), desenhados para ultrapassar os constrangimentos da automação tradicional e torná-la mais acessível e eficiente para todos os fabricantes, grandes e pequenos.
Apesar de os robôs colaborativos terem vindo a permitir aos fabricantes agilizar operações e aumentar o desempenho ao longo da última década, os cobots atuais são construídos para fazer ainda mais. Os desenvolvimentos mais recentes tornaram possível aos cobots levantar até 16 kg, aplicar o sensor de força ideal necessário para aplicações sensíveis, como aparafusamento de parafusos e porcas, e lidar de forma fácil e segura com aplicações pesadas, incluindo atendimento de máquinas, manipulação de peças pesadas e paletização.
São múltiplas as vantagens oferecidas pelos cobots atuais para que as empresas se mantenham competitivas e gerem valor:
Aumento da produtividade
Tarefas repetitivas, rotineiras e desgastantes do ponto de vista ergonómico são propícias a causar lesões, o que significa que são boas opções para a implementação de robôs colaborativos. Os cobots podem aumentar significativamente os níveis de produtividade em quase todos os ambientes de produção. São seguros para trabalhar ao lado das pessoas, assumindo tarefas monótonas e repetitivas, reduzindo o erro humano e permitindo que os humanos sejam mais produtivos noutras tarefas de maior valor.
Mais rentabilidade
Naturalmente, o objetivo de qualquer negócio é ser o mais rentável possível. Com a implementação de cobots na indústria, os fabricantes reduzem os custos de produção e, por sua vez, aumentam a rentabilidade. Um estudo de 2019 realizado pela Smithers Pira, constatou que uma redução de 1% no custo de produção pode resultar num aumento de 34% nos lucros. Os humanos podem utilizar os cobots como uma ferramenta para garantir precisão e consistência - de modo a que a empresa não sofra qualquer tempo de inatividade desnecessário - e para reduzir os tempos de ciclo, permitindo assim aos fabricantes fornecer os produtos de alta qualidade que os consumidores exigem a custos de produção mais baixos.
Satisfação dos colaboradores
No início, os trabalhadores podem duvidar da introdução de robôs colaborativos no chão de fábrica, mas os cobots não irão - e não devem - substituir as pessoas. Pelo contrário, eles são projetados para trabalhar ao seu lado, assumindo as tarefas mais monótonas e propensas a erros, e posicionando os trabalhadores para lidar com as tarefas que requerem mais conhecimento, destreza e razão. Quando as pessoas deixam de ter de lidar com tarefas monótonas e perigosas, podem executar trabalhos mais gratificantes. Num relatório de 2019 sobre a indústria de bens de consumo embalados, a consultora McKinsey descobriu que a automação extensiva pode facilitar o recrutamento e a retenção ao criar novas funções técnicas com melhores salários, oportunidades e condições de trabalho.
A mais alta qualidade
Os cobots desempenham um papel importante na melhoria da qualidade do produto, eliminando erros humanos, garantindo consistência e precisão, aumentando a capacidade de criar produtos mais complexos e identificando erros ao longo do processo.
Ótima flexibilidade
A incerteza económica e o comportamento imprevisível do consumidor tornam difícil para os fabricantes saber o que produzir, quanto, quando e onde. Com a ajuda de cobots, no entanto, os fabricantes podem aumentar e diminuir a produção conforme a procura e expandir-se para novos mercados mais rapidamente. Eles podem realizar qualquer tarefa, desde estampagem, pick and place e inspeção de qualidade até ao atendimento de máquinas. E agora, os melhores cobots evoluíram para serem capazes de automatizar a manipulação de materiais pesados e de peças de diferentes formatos, sem comprometer a precisão. A melhor parte é que um único cobot pode ser reprogramado e desempenhar diversas tarefas no chão de fábrica.
O valor que as empresas podem colher dos robôs colaborativos é bem real. Estamos muito para lá da fase de lançamento – há mais de dez anos que os cobots vêm acrescentando valor significativo nas fábricas e hoje são construídos para fazer mais do que nunca. Entramos na fase em que o aumento da automação na produção é uma necessidade. As organizações que evitam investir em robôs colaborativos não estão apenas a perder dinheiro, estão a preparar-se para falhar. Para os fabricantes que querem sobreviver e vencer neste cenário altamente competitivo, os cobots são a resposta.
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