A edição de 2021 da Moldplás era aguardada com alguma ansiedade pelos expositores. Afinal de contas, esta seria a primeira feira do setor a realizar-se depois do início da pandemia. No entanto, o certame acabou por decorrer num clima de (quase) normalidade. De acordo com a organização, entre 3 e 6 de novembro, cerca de 18.000 profissionais visitaram a Exposalão para conhecer as novidades em máquinas, equipamentos, materiais e serviços para a produção de moldes e peças plásticas e, claro, para voltarem a encontrar-se cara-a-cara, ou melhor, máscara-a-máscara. As revistas InterPLAST e InterMETAL foram 'media partners' do evento.
Um ano e meio de restrições na realização de eventos presenciais era motivo mais que suficiente para a apreensão manifestada pela maioria dos expositores da Moldplás no primeiro dia de feira. É certo que Portugal vive uma fase de acalmia na pandemia de Covid-19, com a maioria da população vacinada, mas este era o primeiro evento pós-catástrofe, o que, em conjunto com as inúmeras incertezas que se vivem no setor, poderia afastar os visitantes do evento.
Não foi o que aconteceu. Nos quatro dias da feira, os corredores encheram-se de profissionais interessados (não tanto como em edições anteriores, mas quase) e os expositores com quem falámos manifestaram satisfação pelos resultados obtidos. Martín Cayre, diretor-geral da Arburg Portugal e Espanha, disse à InterPLAST que o certame “superou bastante as expectativas da empresa, não só no que respeita à quantidade de visitantes, mas também em relação ao interesse demostrado”.
Também Teresa Neves, diretora-geral da Simulflow, referiu que “a feira correu muito bem”, e afirmou que “a Moldplás é um importante motor de negócios para as empresas da região e é importante que continue a realizar-se como até aqui”.
Teresa Neves, sócia-gerente da Simulflow.
A mesma opinião tem Paulo Pinto, sócio-gerente da empresa Paulo Pinto & Figueiredo. O responsável afirmou que a feira “correu melhor que esperava”, acrescentado, no entanto, que “há diversos fatores adversos, como a escassez e encarecimento das matérias-primas, que podem colocar em risco a retoma sentida”.
De facto, são várias as adversidades que assolam ambas as indústrias, desde a crise de abastecimento de matéria-prima, à volatilidade do principal setor-cliente, o automóvel, ao encarecimento dos combustíveis e da energia. Presente na inauguração do evento, o ministro do Planeamento Nelson de Souza reconheceu as dificuldades encontradas pelo setor e aplaudiu a resiliência das empresas que o integram, bem como a iniciativa da Exposalão que, apesar das dificuldades decorrentes da pandemia, manteve o evento para a data marcada.
Neste mesmo contexto, José Frazão, promotor do evento afirmou que "A Moldplás é uma feira de grande importância para a região, mas não só, para o País também”, acrescentando que há o certame irá crescer ainda mais, assumindo um caráter cada vez mais internacional.
Os expositores da Moldplás encheram os três pavilhões da Exposalão. O primeiro foi ocupado, essencialmente, por empresas fornecedoras de máquinas-ferramenta, ferramentas, robôs, soluções de medida e controlo, elementos essenciais para os fabricantes de moldes e matrizes. No segundo encontrámos empresas com uma atividade mais transversal (fornecedores de software, componentes estandardizados, canais quentes, entre outros). Finalmente, o terceiro pavilhão esteve quase inteiramente preenchido por fornecedores de máquinas, periféricos e matérias-primas para transformação de plásticos.
As imagens abaixo mostram algumas das soluções apresentadas pelas empresas expositoras durante o evento.
Em simultâneo com a exposição, decorreram diversas apresentação e conferências, a cargo de empresas de referência, de associações e de centros de I&D do setor. O seminário sobre Cultura de Inovação, promovido pela Associação Nacional Das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas (Aneme) destacou-se entre as atividades do segundo dia da exposição, partilhando estratégias para as empresas dinamizarem a sua cultura interna e externa. “A inovação não se faz num departamento. Faz-se numa empresa. Toda a organização tem de estar envolvida. Democratizar a inovação é responsabilidade de todos”, destacou a oradora Vera Alemão de Oliveira.
A conferência ‘Economia Circular e Ambiente’, organizada pelo PIEP, alertou para as questões dominantes do dia, como a sustentabilidade e impacto ambiental, revelando a importância do estudo sobre os ciclos de vida dos produtos plásticos ou em vidro.
O encerramento da programação paralela ficou a cargo do Politécnico de Leiria que promoveu o workshop ‘Progress in Digital and Physical Manufacturing', reunindo vários alunos da instituição.
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