A Equipack foi uma das participantes no primeiro estudo de mercado de máquinas de injeção realizado em Portugal, que decorreu em Leiria, no passado dia 29 de março. Nesta entrevista, Hugo Brito, diretor geral da Equipack, analisa a atual situação do setor, afetado pela falta de semicondutores na indústria automóvel e pela guerra na Ucrânia.
De facto, em 2021 registámos uma pequena recuperação face a 2020. Mas, neste momento, o principal problema da indústria de plásticos já não é a pandemia, e sim o setor automóvel. Existem vários projetos em curso, mas a falta de chips e de semicondutores está a atrasar as encomendas. Espera-se que, em 2023, o problema esteja resolvido e há até indicações de que, a partir desse ano, serão lançados cerca de 60 novos modelos por ano.
Estes fatores afetaram e continuaram a afetar o setor, principalmente porque obrigam as empresas a subir os preços. Foi o que nós também fizemos. A médio prazo, é natural que essa subida resulte numa diminuição do consumo e isso, por seu lado, vai repercutir-se na indústria, com uma diminuição das encomendas.
Os transformadores de plásticos portugueses, mais concretamente os que produzem peças para a indústria automóvel, trabalham muito com empresas do centro da Europa, principalmente alemãs e francesas. Estes países têm uma grande dependência energética da Rússia e é natural que venham a ser bastante afetados pelo atual conflito, principalmente no que respeita ao aumento dos custos de produção o que, mais uma vez, fará aumentar os preços no consumidor. Neste sentido, ainda que indiretamente, é natural que venhamos também a ser afetados. De qualquer modo, não temos prevista qualquer mudança estratégica para este ano.
No início de 2022, tudo indicava que este seria um ano muito bom, de plena recuperação pós-pandemia. Agora, com as consequências previsíveis da guerra na Ucrânia, já é mais difícil fazer uma antevisão tão otimista. De qualquer forma, sabemos que há projetos em curso e vemos que os fabricantes de moldes, que estão numa fase da cadeia anterior à dos plásticos, estão com um pouco mais de trabalho, por isso, apesar de todas as contrariedades, acreditamos que este vai ser um ano positivo.
Sim, como sempre acontece, a Engel vai apresentar novidades na edição deste ano da K. Ainda não podemos revelar pormenores, mas serão lançamentos relacionados com digitalização e a economia circular, uma área que está no centro das preocupações da empresa.
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