Até há algumas décadas, um objeto de ‘plástico’ ou uma roupa de fibra sintética transmitiam a sensação de um produto fabricado em série, certamente funcional, mas nem sempre sinónimo de alta qualidade. Atualmente, a evolução tecnológica dos polímeros plásticos e das suas características técnicas e estéticas atingiu níveis impressionantes.
Para um processamento correto e para melhorar as suas propriedades estéticas e de resistência mecânica, o material plástico deve ser devidamente aquecido e desumidificado. No entanto, durante muito tempo, os impactos do processo de desumidificação na qualidade dos produtos finais foram subestimados por um mercado em rápida expansão que não dispunha de conhecimentos técnicos para os analisar.
A Moretto percebeu que a desumidificação era um fator-chave para conseguir um processo de moldagem e extrusão estável, capaz de garantir um desempenho controlado e em conformidade com os parâmetros exigidos. Era, portanto, necessário examinar o comportamento no interior da tolva para melhorar o desempenho do sistema.
Os primeiros estudos foram conduzidos há cerca de 30 anos. Através de um software de análise de ‘elementos discretos’, foram efetuadas várias experiências para avaliar, grânulo a grânulo, o percurso da tolva tradicional. A análise demonstrou que, nestas tolvas, não era possível garantir que todos os grânulos cumprissem os tempos de residência exigidos.
Para resolver este problema, o departamento de I&D da Moretto, em conjunto com a academia e consultores de engenharia externos, investigou a geometria, a dinâmica dos fluidos e a termodinâmica do sistema. O supercomputador Leonardo, com capacidade para 22 triliões de operações por segundo, permitiu mapear o sistema de diferentes pontos de vista. Estas análises desmontaram o processo como um todo, destacando áreas para possíveis melhorias.
Graças a este estudo, a Moretto repensou completamente a geometria interna e externa da tolva, e desenvolveu o OTX (Original Thermal eXchanger), o secador de material que revolucionou o processo de desumidificação e o próprio conceito de tolva, realizando um verdadeiro permutador entre energia e humidade, com uma extraordinária eficiência energética.
Neste equipamento, o tempo de secagem é reduzido em 40% e, para o mesmo rendimento, o volume da tolva diminui em 40%. Além disso, graças à geometria interna única e à máxima atenção aos detalhes, a eficiência energética é melhorada em 66%, reduzindo significativamente os custos de um processo tão intensivo em energia como a desumidificação.
De acordo com a Moretto, se avaliarmos os custos atuais de eletricidade, este sistema garante um retorno do investimento em menos de dois anos.
Cada tolva está equipada com um visor que fornece o estado de secagem do material e indica a temperatura, para que o estado de funcionamento da máquina seja conhecido em qualquer altura.
“Alguns concorrentes mantêm uma abordagem convencional ao tema da desumidificação, pois não estão conscientes dos desenvolvimentos que foram possíveis graças aos cálculos efetuados através da inteligência artificial. A tolva OTX está protegida por sete patentes e revolucionou a desumidificação técnica dos polímeros, garantindo-nos uma posição de liderança em termos de eficiência energética, competitividade e desempenho de alta qualidade”, refere a Moretto.
A Moretto é distribuída em Portugal pela Deltaplás.
interplast.pt
InterPLAST - Informação profissional para a indústria de plásticos portuguesa