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Perda de competitividade da UE ameaça a transição para um ecossistema circular

27/11/2024

O relatório ‘Plastics - the fast Facts 2024’, divulgado este mês pela Plastics Europe, revela uma queda mais acentuada do que o esperado na produção de plásticos na Europa e, pela primeira vez, um declínio na produção de plásticos reciclados mecanicamente. Os dados referem-se a 2023.

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Em comparação com 2022, a produção total de plásticos na União Europeia (UE) registou uma queda acentuada de 8,3%, para 54 milhões de toneladas, com a produção de plásticos reciclados mecanicamente a partir de resíduos pós-consumo a cair também 7,8%, para 7,1 milhões de toneladas. Estes números contrastam com um aumento global da produção de plásticos de 3,4%. Consequentemente, a quota da Europa no mercado mundial diminuiu ainda mais, para 12%. Embora a Europa tenha mantido uma balança comercial positiva em termos de valor, em termos de tonelagem, tornou-se um importador líquido de matérias-primas plásticas em 2022 e de produtos plásticos em 2021. Além disso, as exportações de matérias-primas plásticas diminuíram 25,4% entre 2020 e 2023.

Fonte: Relatório 'Plastics - the fast Facts 2024', da Plastics Europe
Fonte: Relatório 'Plastics - the fast Facts 2024', da Plastics Europe.

A erosão da competitividade europeia ameaça a transição da indústria dos plásticos para um modelo circular. Os plásticos são essenciais para a economia europeia, abastecendo várias indústrias com aplicações em quase todos os setores, como a saúde, a indústria automóvel, a construção, a eletrónica, as infraestruturas renováveis, os bens de consumo e as embalagens. Esta mudança ameaça a viabilidade da cadeia de valor europeia dos plásticos, que emprega atualmente mais de 1,5 milhões de pessoas em 51.700 empresas e gerou mais de 365 mil milhões de euros de volume de negócios na UE em 2023. Sem um quadro competitivo, a Europa corre o risco de perder a sua liderança na inovação sustentável no domínio dos plásticos, bem como os benefícios económicos e ambientais que daí advêm.

Fonte: Relatório 'Plastics - the fast Facts 2024', da Plastics Europe
Fonte: Relatório 'Plastics - the fast Facts 2024', da Plastics Europe.

Para Marco ten Bruggencate, presidente da Plastics Europe e da Dow EMEAI, “a transformação para um ecossistema circular dos plásticos na Europa está seriamente ameaçada devido à quantidade de plásticos importados, que nem sempre cumprem as normas da UE. A dura realidade é que as unidades de produção já estão a ser encerradas na Europa, com a consequente deslocalização da indústria, dos postos de trabalho e dos investimentos sustentáveis. A transição para a circularidade só se tornará uma realidade se os decisores políticos aplicarem urgentemente as medidas necessárias para restaurar a nossa competitividade. Medidas que também ofereçam uma perspetiva atrativa a longo prazo para os investimentos em circularidade. As oportunidades são escassas e agora é o momento de agir com coragem”.

Na mesma linha, Virginia Janssens, diretora-geral da Plastics Europe, considera que, “para evitar um abrandamento preocupante da transição na Europa, precisamos de medidas urgentes que tornem mais atrativos os investimentos na produção de plásticos circulares; que reduzam a burocracia causada, por exemplo, por procedimentos de licenciamento excessivamente longos, criando ao mesmo tempo condições de concorrência equitativas com os nossos concorrentes internacionais. Apesar dos desafios, continuamos totalmente empenhados em progredir no sentido das nossas ambições de circularidade e de zero emissões líquidas, tal como estabelecido no nosso roteiro 'A Transição dos Plásticos'. Precisamos que os decisores políticos da UE e dos Estados-Membros enviem uma mensagem clara e imediata aos investidores e aos mercados de que também continuam empenhados na produção de plásticos na Europa e no nosso percurso de transformação”.

Aumento das importações constitui uma ameaça

A Plastics Europe sublinha que a diminuição da reciclagem na Europa está relacionada com o forte aumento das importações de matérias-primas plásticas e produtos acabados de regiões com padrões ambientais mais baixos, causado pela sobrecapacidade global na produção de plásticos. Simultaneamente, os produtores de plásticos europeu continuam a enfrentar custos de produção elevados devido aos altos preços da energia e das matérias-primas, à inflação persistente e à disponibilidade limitada de matérias-primas circulares. Esta situação coincide com o fraco crescimento europeu e a recessão em algumas economias e setores importantes.

Apesar de tudo, a Europa mantém a maior quota de plásticos circulares em relação à sua produção total, com 14,8%. No entanto, o aumento de 0,7% desde 2022 representa uma tendência de abrandamento e fica aquém do crescimento necessário para cumprir as ambições do roteiro para a transição dos plásticos. Além do declínio na produção de reciclagem mecânica, em 2023 apenas foram recicladas quimicamente 0,12 milhões de toneladas de plástico. A produção de plásticos de base biológica e bioatribuídos aumentou ligeiramente para 0,8 milhões de toneladas.

Medidas propostas pela Plastics Europe

A Plastics Europe considera que, para reverter esta situação, o quadro regulamentar da UE deve incluir, por exemplo: metas obrigatórias ambiciosas para o conteúdo reciclado; a aceitação do balanço de massa e de tecnologias de reciclagem inovadoras, como a reciclagem química; a simplificação dos procedimentos de licenciamento para instalações industriais circulares com baixo teor de carbono, bem como sistemas de controlo e certificação para garantir que as importações cumprem as normas da UE. Além disso, é necessário avaliar as medidas fiscais e económicas, tanto europeias como nacionais, para tornar a produção de plásticos circulares na Europa competitiva com urgência.

Pode consultar o relatório 'Plastics the fast Facts 2024' em https://plasticseurope.org/es/knowledge-hub/plastics-the-fast-facts-2024/

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