O relatório da IDTechEx 'Bioplastics 2025-2035: Technology, Market, Players and Forecasts' analisa os avanços e desafios dos bioplásticos num contexto global em que o consumo de plásticos continua a crescer. De acordo com a OCDE, a utilização global de plásticos poderá duplicar até 2050, aumentando a pressão sobre a indústria para reduzir o seu impacte ambiental.
Os bioplásticos, produzidos a partir de matérias-primas de base biológica, surgiram como uma alternativa sustentável aos plásticos de origem fóssil. Ao reduzir as emissões de carbono durante a sua produção, os bioplásticos oferecem um caminho para uma economia circular. No entanto, a adoção destes materiais enfrenta barreiras tecnológicas, económicas e de infraestruturas.
Apesar de um início promissor, a indústria dos bioplásticos sofreu uma grande estagnação na década de 2010. A falta de investimento, os elevados custos de produção e a competitividade dos plásticos fósseis (devido à queda do preço do petróleo bruto Brent) levaram a falências e a um desinteresse generalizado.
No entanto, nos últimos anos, a procura de sustentabilidade, impulsionada por alterações legislativas e pela pressão dos consumidores, revitalizou o setor. A adoção de medidas como a proibição dos plásticos de utilização única na China e os compromissos de descarbonização assumidos na COP28 incentivaram as marcas de todo o mundo a procurar alternativas sustentáveis. Esta dinâmica encorajou a expansão das capacidades de produção de bioplásticos e promoveu parcerias estratégicas entre fabricantes e grandes marcas.
O desenvolvimento de materiais alternativos, conhecidos como drop-ins, permite que os fabricantes integrem polímeros de base biológica sem terem de alterar completamente os seus processos industriais. Isto facilita a transição para materiais mais sustentáveis, permitindo a utilização de infraestruturas existentes, como os fluxos de reciclagem bem estabelecidos.
No entanto, a indústria enfrenta obstáculos significativos:
As regulamentações em todo o mundo estão a transformar o panorama do mercado. A China está a liderar o caminho com medidas restritivas sobre os plásticos de uso único, incentivando a proliferação de fábricas que produzem PLA e outros bioplásticos biodegradáveis. Noutras regiões, está a começar a ser implementada legislação semelhante, promovendo a sustentabilidade e consolidando o crescimento da indústria.
À medida que a tecnologia avança, que os custos de produção diminuem e que os consumidores se mostram mais dispostos a pagar um valor mais elevado por produtos sustentáveis, os bioplásticos posicionam-se como uma alternativa cada vez mais competitiva aos plásticos convencionais.
O relatório da IDTechEx analisa o mercado dos bioplásticos em profundidade, segmentando-o por tipo de polímero e projetando uma evolução a 10 anos. O documento conclui que estes materiais vão desempenhar um papel crucial em setores-chave como o das embalagens, automóvel, têxtil e bens de consumo.
A resolução dos desafios técnicos e económicos, bem como a promoção da colaboração entre governos, fabricantes e consumidores, será fundamental para o sucesso desta transição. A integração dos bioplásticos na economia circular promete não só atenuar os impactos ambientais da indústria dos plásticos, mas também abrir novas oportunidades para a inovação sustentável.
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