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O caminho para uma indústria de plásticos mais sustentável face à crescente procura mundial

Bioplásticos: perspetivas, desafios e integração na economia circular

28/03/2025

O relatório da IDTechEx 'Bioplastics 2025-2035: Technology, Market, Players and Forecasts' analisa os avanços e desafios dos bioplásticos num contexto global em que o consumo de plásticos continua a crescer. De acordo com a OCDE, a utilização global de plásticos poderá duplicar até 2050, aumentando a pressão sobre a indústria para reduzir o seu impacte ambiental.

Os bioplásticos, produzidos a partir de matérias-primas de base biológica, surgiram como uma alternativa sustentável aos plásticos de origem fóssil. Ao reduzir as emissões de carbono durante a sua produção, os bioplásticos oferecem um caminho para uma economia circular. No entanto, a adoção destes materiais enfrenta barreiras tecnológicas, económicas e de infraestruturas.

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O renascimento dos bioplásticos após uma década crítica

Apesar de um início promissor, a indústria dos bioplásticos sofreu uma grande estagnação na década de 2010. A falta de investimento, os elevados custos de produção e a competitividade dos plásticos fósseis (devido à queda do preço do petróleo bruto Brent) levaram a falências e a um desinteresse generalizado.

No entanto, nos últimos anos, a procura de sustentabilidade, impulsionada por alterações legislativas e pela pressão dos consumidores, revitalizou o setor. A adoção de medidas como a proibição dos plásticos de utilização única na China e os compromissos de descarbonização assumidos na COP28 incentivaram as marcas de todo o mundo a procurar alternativas sustentáveis. Esta dinâmica encorajou a expansão das capacidades de produção de bioplásticos e promoveu parcerias estratégicas entre fabricantes e grandes marcas.

Inovações e desafios na produção de bioplásticos

O desenvolvimento de materiais alternativos, conhecidos como drop-ins, permite que os fabricantes integrem polímeros de base biológica sem terem de alterar completamente os seus processos industriais. Isto facilita a transição para materiais mais sustentáveis, permitindo a utilização de infraestruturas existentes, como os fluxos de reciclagem bem estabelecidos.

No entanto, a indústria enfrenta obstáculos significativos:

  • Processabilidade e reciclagem: o PLA, um dos bioplásticos mais produzidos, requer infraestruturas especializadas para a reciclagem, o que limita a sua adoção em massa. Além disso, a sua compostagem industrial não acrescenta um valor significativo ao composto resultante.
  • Produção de bio-nafta: Embora seja fundamental para a produção de poliolefinas de base biológica, como o PP e o PE, a sua síntese é dispendiosa e ineficaz, competindo com outras aplicações, como os biocombustíveis.
  • Aplicações limitadas: Alguns bioplásticos mais recentes, ainda em fase piloto, precisam de aumentar as suas utilizações para estimular a procura e justificar o investimento no seu desenvolvimento.

Regulamentação e respetivo impacto no mercado global

As regulamentações em todo o mundo estão a transformar o panorama do mercado. A China está a liderar o caminho com medidas restritivas sobre os plásticos de uso único, incentivando a proliferação de fábricas que produzem PLA e outros bioplásticos biodegradáveis. Noutras regiões, está a começar a ser implementada legislação semelhante, promovendo a sustentabilidade e consolidando o crescimento da indústria.

À medida que a tecnologia avança, que os custos de produção diminuem e que os consumidores se mostram mais dispostos a pagar um valor mais elevado por produtos sustentáveis, os bioplásticos posicionam-se como uma alternativa cada vez mais competitiva aos plásticos convencionais.

O futuro dos bioplásticos na economia circular

O relatório da IDTechEx analisa o mercado dos bioplásticos em profundidade, segmentando-o por tipo de polímero e projetando uma evolução a 10 anos. O documento conclui que estes materiais vão desempenhar um papel crucial em setores-chave como o das embalagens, automóvel, têxtil e bens de consumo.

A resolução dos desafios técnicos e económicos, bem como a promoção da colaboração entre governos, fabricantes e consumidores, será fundamental para o sucesso desta transição. A integração dos bioplásticos na economia circular promete não só atenuar os impactos ambientais da indústria dos plásticos, mas também abrir novas oportunidades para a inovação sustentável.

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